O artista
Você não é você quando você atua.
Você não é você quando você encena.
No palco, no tablado ou mesmo pela rua,
Um rosto que disfarça; um gesto que condena...
É só transformação; uma mudança plena
Da imaginação que logo se acentua.
As mãos, o corpo, a voz, a personagem em cena,
Na interpretação que busca e perpetua.
É o circo; é o fingimento; a dissimulação...
O riso; o choro; o medo; a dor extrovertida...
O fantoche, o palhaço, a representação...
Você é outro, é outra, em máscara fingida;
Fazendo dessa arte a perpetuação
Da força e da razão da sua própria vida.