NA ESTRADA
Uma estrada se abriu a minha frente,
Sobre rios, montanhas e cidades.
Trouxe brisas, garoas e saudades,
Trouxe um cheiro de mar num dia quente.
Mata fria, sertões, brasilidades,
As entranhas da terra e dessa gente,
Eu contemplo o percurso incipiente,
E os meus olhos enxergam divindades.
Trago em mim tantos erros e desertos,
Sangramentos, invernos, sonhos mortos,
Desatinos, poemas incompletos,
São aromas que levo aos novos portos.
Há paisagens e rostos encobertos,
Transformados, por vezes, em abortos.