Soneto do silêncio.
O silêncio é o fio da navalha,
que corta os desejos da alma,
sem pressa, e contínua batalha,
vai destruindo, com eficiente calma.
O coração que o silêncio abriga,
bate, apanha ,sem poder externar,
sem ter uma decisão, cultiva a briga,
espera o momento de reconciliar.
No canto escuro ,sob o clarão do dia,
no peito pulsa uma alma arredia,
algemada pela profana indecisão.
Mas o que fazer se o silêncio é morte?
sofre o coração a espera da sorte,
mas do amor perdido só desilusão .