AMARGOR

A jarra vazia, nem água e nem vinho...

Só o eu-sozinho vítima da sede

Na escuridão, olhando essa parede

Sequestrado em dor, por um descaminho.

Só com meus botões, sob o espezinho

Desta angústia amarga, que prendeu-me em rede

Nunca mais me larga, mesmo que enverede

Pela via outra, te lembrar juntinho...

De um lado e pro outro, não sossego, gemo

Ais tão doloridos, barco a perder remo...

Tanto a lamentar por vil abandono...

Amargor tão triste que me rouba o sono...

Quem dera você, chegando e mansinho

Meu riso roubasse com o seu carinho...

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 02/04/2013
Reeditado em 02/04/2013
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