Quase de peito aberto
É natural: por não colhida em tempo certo,
madura, doce e sumarenta cai a fruta.
A brusca queda quase sempre se dá perto
de gente ou bicho – mas que não se lhe desfruta.
“Está bichada!”, vaticina um ‘esperto’.
“Não tenho fome...” (Se é fato, é razão bruta).
Mas, e o apelo da semente, quem escuta?
Eis bom pomar se transformando em vão deserto!
Então, a moça, por cansaço da labuta
de bem amar, mas amar sempre a descoberto,
resolve, um dia, refazer sua conduta:
se agarra ao ramo, não cai mais em campo incerto.
Quer suas sementes como prêmios em disputa,
seiva e doçura bem usadas para asserto!