O teu despertar

Acorda sem corda; se estica queixosa.

Se torce, contorce; então se esparrama.

Se embola, se enrola qual gata manhosa.

Faz manha, reclama... Se embrenha na cama....

Atira pro lado o lençol cor-de-rosa.

Se ajeita, se senta ajeitando o pijama.

Surpresos bocejos; coçadas charmosas...

E funga, resmunga... Lamentos e dramas.

Os belos cabelos revoltos ainda...

Os olhos cansados, remelas no canto...

Em frente ao espelho mostrando-lhe a língua

É a tua manhã, nem sempre bem-vinda.

Embora essa cena tão plena de espanto,

Ainda te acho mais bela, mais linda...

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 01/04/2013
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