Cristais e flores
No âmago teimoso, deste moribundo
Habitam rosas flores, vós permeais.
Em meu cerne, no íntimo profundo!
Sobre corpo airoso, que vós cobiçais.
Ecoastes nos versos, em liras divinais!
Esvoaçando os lírios, sobre o corcel
São eles, a cura, dos fortes vendavais!
— Leríeis este pobre, em nobre cordel?!
Nos vinhais, nas vielas, que tosta o rio
Nos meandros da pele, nos calafrios.
Sinto-a, no que impele a flor venal...
Sobre o leito vazio, num lugar frio.
Impera a solidão, num ermo; -- arredio!
Além do pueril, sob o véu, cor- de- cristal!...
(Airton Ventania)