Melancolia
Confesso que hoje eu estou doente;
Não vejo mais graça no sol poente,
Nem mesmo se ele estiver nascente,
Porque o meu peito não está ardente.
Me lembro sôfrego dos teus carinhos,
E que tudo iniciava com teus selinhos.
Linda sereia de bons ares marinhos,
Eu era prisioneiro dos teus torvelinhos.
Agora doente dos teus doces encantos
Sinto-me perdido, jogado pelos cantos;
Sem ti, hoje, frequento maus recantos.
Jamais eu quero desse mal ser curado,
Pois me habituei a ser um pobre coitado,
Isso me faz lembrar que fui seu amado.