SONETO DO AGORA
A cada prazer que me permito,
a morte me espreita.
Teu amor é quase um mito
e me pareço flor imperfeita.
Te projeto no espaço infinito,
me considero no teu querer, eu mesmo.
Espero te bastar meio bonito
em teus olhos, como luar a esmo,
querendo-nos feito dois
num só. Feito só, num agora
que se espalhe em depois.
Algo qualquer após a hora
derradeira. Um nada de "pois".
Certeza, sem a angústia da demora.
A cada prazer que me permito,
a morte me espreita.
Teu amor é quase um mito
e me pareço flor imperfeita.
Te projeto no espaço infinito,
me considero no teu querer, eu mesmo.
Espero te bastar meio bonito
em teus olhos, como luar a esmo,
querendo-nos feito dois
num só. Feito só, num agora
que se espalhe em depois.
Algo qualquer após a hora
derradeira. Um nada de "pois".
Certeza, sem a angústia da demora.