SONETO DO AGORA

A cada prazer que me permito,
a morte me espreita.
Teu amor é quase um mito
e me pareço flor imperfeita.

Te projeto no espaço infinito,
me considero no teu querer, eu mesmo.
Espero te bastar meio bonito
em teus olhos, como luar a esmo,

querendo-nos feito dois
num só. Feito só, num agora
que se espalhe em depois.

Algo qualquer após a hora
derradeira. Um nada de "pois".
Certeza, sem a angústia da demora.



Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 27/03/2013
Reeditado em 28/03/2013
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