Musa Casta
Oh musa casta! Oh límpida formosa!
Por onde vais valsando, assim, ligeira?
Tens a brancura d'ouro duma rosa
Que a perfeição divina quase beira.
O violino agudo é tua prosa
Quando, até mesmo, choras por besteira.
Colhes as frutas… calma, cuidadosa
E sorridente… corres pela feira.
Criança alada; cálice de luzes…
A cada passo teu… vejo cem cruzes;
A cada riso teu… sinto cem mágoas;
Cada retrato ao livro da lembrança
Me faz tremer, uivar por tal herança...
Ao ver-te morta e fria pelas águas...
23 de Março de 2013