Confissões (XX)
Edir Pina de Barros
Eu não sei se é ilusão ou desatino,
cultivar, dentro d’alma devaneios,
e sonhar, vida afora, sem receios,
sem medo de armadilhas do destino.
Meu coração, eterno peregrino,
pulsando sob as carnes de meus seios,
não sabe, não, viver com peias, freios
(é feito peixe em rio cristalino).
Meu pobre coração, tão insensato,
coloca em cada gesto, em cada ato
as tintas da emoção, da fantasia.
Prefiro suportar qualquer fracasso
a ter amargos lábios, olhos baços
sem ver, em cada canto, luz, poesia.
Edir Pina de Barros
Eu não sei se é ilusão ou desatino,
cultivar, dentro d’alma devaneios,
e sonhar, vida afora, sem receios,
sem medo de armadilhas do destino.
Meu coração, eterno peregrino,
pulsando sob as carnes de meus seios,
não sabe, não, viver com peias, freios
(é feito peixe em rio cristalino).
Meu pobre coração, tão insensato,
coloca em cada gesto, em cada ato
as tintas da emoção, da fantasia.
Prefiro suportar qualquer fracasso
a ter amargos lábios, olhos baços
sem ver, em cada canto, luz, poesia.