= AUTO- RETRATO I =
AUTO – RETRATO I
Na verdade nada tenho a deixar...
Tive sonhos, todos sem serventia.
Pálidos como uma fotografia
Velha, que o tempo esqueceu de apagar...
Não deixo nada pra inventariar,
Pelo menos que sirva de valia,
Nenhuma frase na lápide fria
Que possa ser digna de lembrar...
Talvez, um encontro em momento incerto,
Um “papo” casual de assunto aberto -,
De alguém que lembre da minha pessoa...
Para alguns, devo ser um anjo torto,
Para outros, um sonhador absorto,
Que por esta vida passou atoa...!
Niterói, 27.03.013
Ronaldo Trigueiros Lima
Métrica: Decassílabo