SONETO EM CHÃO GRETADO
Eu sei que é pouca minha humana fé
Mas se há em mim um tanto que inda valha
Peço ao Deus Pai, ajoelhado, até
Que cegue o fio desta “seca-navalha”
Que torne em alimento o que hoje é palha
Pois da lavoura não restou um pé
De milho ou de feijão e a água falha
Não dá pra bicho ou gente e tudo quer
Perdoe, ó Deus, se esquecemos teu nome
Perdoa o desperdão que nos consome
Releva os ímpios corações ateus
Deixa cair do céu a leve graça
Molhando a terra e o milagre se faça
Matando a sede destes filhos teus.