POESIA INACABADA
Um falso luar atina a flor que outrora
Vem derivar-lhe as cores do silêncio
E meu amor de passo em passo aflora
Pinta seu âmbar, desafia e vence-o
Desce as escadas, o teu passo rouco
Brilham estrelas num sorriso infante
Mas vai e chora em seu silêncio louco
E o falso luar se apaga num rompante
Num abrolhar de luzes desvairadas
As flores crescem como ensurdecidas
Afloram flores, eis que amalgamadas
E gritam loucas, crescem em meu peito
Estrelas brilham num silêncio pouco
E o falso amor aquiesce este meu leito
No plenilúnio da noite orvalhada
Eu vejo o Sol resplandescente e morto
Que há na chuva que desce talhada?
Que há no amor que cai do orvalho torto?
Jairo Mellis