As costas de tuas mãos que são orvalho
As costas de tuas mãos que são orvalho
As costas de tuas mãos que são orvalho
Da escura noite caída em todo maio
Ao som dos vaga-lumes sem ensaio
Beijá-las para o céu me é um atalho
Teus cabelos de chuva que escorrem
Desenham tantas coisas bem aqui
Teus lábios vagamente se discorrem
Neste lago que outrora nunca vi
E então sólidas mãos tu tens agora
Que passam que acabam e me faltam
Me deixam como agreste pela água
Que a manhã nunca chegue pois te exaltam
Relva e os peixes sedentos toda hora
E envolves minhas costas tão sem mágoa