Ser ou ter humanidade?
O passado está morto no silêncio que soou
Quando o baque do tempo por aqui não mais passou,
Mas há um encontro de adeus no instante de chegada,
Quando o febril coração palpitar na mulher gelada...
Que as luzes se encendeiem com o gelo derreter
De um salto coração que à morte não quer ter,
Pois o rico não é ser, mas o pobre perceber
Vai o tempo a bater nas costas que quer ser...
Qual a diferença entre a morte e a vida, se uma é a outra?
Por que chorar o fim, se o início em seguida?
Qual a beleza de uma dor onde não há ferida?
O tempo já não passa como outrora, mas o canto da humanidade
É uníssono no agora, no antes e no porvir, em busca da eternidade.
Responde-me, Verdade, dá-me a chance de ter mortalidade...