A casa na lua
Comungava com um peixinho entre os dedos
Com medo de destila a angústia de machucá-lo
O coitado já estava ferido então comecei acariciá-lo
Limpar suas escamas tristinhas como um bêbedo
Sentimental chorando a lua em começo do fusco
Desesperado o peixinho começou agitar-se com frio
Parecia que sentia o vento das almas afogadas no rio
Dos tártaros, ele sangrava areia, sangrava lusco;
Agitava-se e eu me debulhava em lágrimas pesadas,
Antes mesmo de chegar a casa o peixe morreu
Não suportou tão grande ferida de dores afiadas
Seu funeral foi discreto de poucas flores, ocorreu,
Na lua sua fábrica imaginária onde ria encenadas
Peças de amor d’um espetáculo que por fim recorreu