A casa na lua

Comungava com um peixinho entre os dedos

Com medo de destila a angústia de machucá-lo

O coitado já estava ferido então comecei acariciá-lo

Limpar suas escamas tristinhas como um bêbedo

Sentimental chorando a lua em começo do fusco

Desesperado o peixinho começou agitar-se com frio

Parecia que sentia o vento das almas afogadas no rio

Dos tártaros, ele sangrava areia, sangrava lusco;

Agitava-se e eu me debulhava em lágrimas pesadas,

Antes mesmo de chegar a casa o peixe morreu

Não suportou tão grande ferida de dores afiadas

Seu funeral foi discreto de poucas flores, ocorreu,

Na lua sua fábrica imaginária onde ria encenadas

Peças de amor d’um espetáculo que por fim recorreu

Renato Narciso
Enviado por Renato Narciso em 19/03/2013
Código do texto: T4197482
Classificação de conteúdo: seguro