Inexorável marcha humana
O livro da vida pode ser escrito com sangue
Ou escrito com cores menos dignificantes;
Pois homens que fazem ações edificantes
Escrevem a trajetória longe de um banguê.
Não são mortos-vivos nem agem delirantes
Na busca de sonhos em lama de mangue;
Nem ficam no ir e vir igual a bumerangue,
São sempre intrépidos como bandeirantes.
Mas existem aqueles que nasceram pobres
De espírito, são incapazes de gestos nobres;
Abandonam a vida já no primeiro obstáculo.
Vivendo até seu fim de um triste espetáculo:
São conduzidos pelos que levam um báculo,
Aguardam apenas o sino com tristes dobres.