Lira Ingrata
Declamei as mais belas liras
para o mais tenro dos meus amores
dediquei as mais perfumadas flores
para amada cuja beleza me inspira
Declamei as odes de Byron para o seu entusiasmo
na calada da noite soturna recitei pra ti Camões
ao pé da escada, ingrata fecha-me os portões
magoado, perdi-me na incompreensão do marasmo
Por mais que eu tente tu me vês tedioso
não consegues perceber o quanto sou virtuoso
e sempre me trata com desdém
Não se importe ou se incomode querida
se a minha lira parece assim tão desfalecida
o amor não sobrevive no coração de quem não quer bem