A AMPULHETA
E o que sou?
Serei eu aquele grão de areia
Entre os dois lados do tempo
Na ampulheta do tempo eterno,
Ainda sem definição?
Estaria eu parada no tempo
Esperando essa definição
Dos dois lados da ampulheta da minha vida?
Quem, se não o
SENHOR DOS TEMPOS
Há de tomá-la nas mãos
Para fazer a inversão
A fim de correr outro tempo?
Sim, houve o primeiro, há de haver o segundo,
Pois há chances mil para quem confia...
Estou, então, agora em um novo tempo
E os grãos de areia vão contar meus feitos...
Assim, sucessivamente, há de correr o tempo pela vida.
Está nas mãos do
SENHOR DOS TEMPOS
O tempo perfeito de fazer parar aqueles grãos.
Aí será o momento do não mais,
Do nunca mais, do para sempre.
A matéria já não será.
A ampulheta do espírito, porém,
Vai continuar eternamente...