Tarde demais

A pobre vivia assim: tristinha, tristinha

Desprovida de graça, distante e perdida

Mal sabia que na sombra era só e minha

Beleza desempoada! Rara! Escondida!

Tão soturna! Tão jovem... esquecida!

Por medo, evitava os olhares alheios

Não via-me assim, atirar meus sutis anseios

(E seguia com a angústia em forma de vida)

De tanta tristeza assim não sai glória:

Olhos castanho-adoentados repousaram suavemente,

Com um brilho que dizia: “Adeus! Essa é a minha vitória!”

Minha tristinha agora adormece, e é só palidez

Sôfrego, pergunto: “Por que essa desgraça inerente?

Por que a maldição da timidez?”

Lucas Leonel
Enviado por Lucas Leonel em 17/03/2013
Código do texto: T4194302
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