Tarde demais
A pobre vivia assim: tristinha, tristinha
Desprovida de graça, distante e perdida
Mal sabia que na sombra era só e minha
Beleza desempoada! Rara! Escondida!
Tão soturna! Tão jovem... esquecida!
Por medo, evitava os olhares alheios
Não via-me assim, atirar meus sutis anseios
(E seguia com a angústia em forma de vida)
De tanta tristeza assim não sai glória:
Olhos castanho-adoentados repousaram suavemente,
Com um brilho que dizia: “Adeus! Essa é a minha vitória!”
Minha tristinha agora adormece, e é só palidez
Sôfrego, pergunto: “Por que essa desgraça inerente?
Por que a maldição da timidez?”