Réplica anelante
Fábio, é verdade, a saudade não mata,
Mas como nos faz sofrer essa danada
Que nos faz bem menos que um nada;
Como ente perdido no fundo da mata.
É difícil controlar o choro que desata
E faz pobre mesmo uma rica almada;
Enquanto não reaver a pessoa amada,
Perde-se toda noção de qualquer data.
O saudoso é prisioneiro de si mesmo,
Vaga por aí e vai-se andando a esmo;
Sente dor por dentro, parece tenesmo.
Saudade dói apesar de não ser doença,
Mas para maioria é uma velha crença
Que ao sentir paga-se triste sentença.