FAINA

A minha vida, um turbilhão de cousas,

que se sucedem no correr das horas...

E o tempo, feito monstro que devora,

consumir-me a felicidade ousa!

No transcorrer da vida, o tempo posa,

num misto de quem, por ventura, chora;

ou, de repente, manda a tristeza embora,

como quem alça voo, bem longe pousa.

Assim o tempo, bem menor que a vida,

essa oportunidade tão querida,

que temos todos nessa atmosfera,

é palco de uma luta desigual:

a faina do bem contra o próprio mal,

que terá seguimento em outra esfera.

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 17/03/2013
Reeditado em 07/08/2013
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