FAINA
A minha vida, um turbilhão de cousas,
que se sucedem no correr das horas...
E o tempo, feito monstro que devora,
consumir-me a felicidade ousa!
No transcorrer da vida, o tempo posa,
num misto de quem, por ventura, chora;
ou, de repente, manda a tristeza embora,
como quem alça voo, bem longe pousa.
Assim o tempo, bem menor que a vida,
essa oportunidade tão querida,
que temos todos nessa atmosfera,
é palco de uma luta desigual:
a faina do bem contra o próprio mal,
que terá seguimento em outra esfera.