ESTRESSE E SONO

A chuva cai na noite inflamada

Entorpece-me, me faz dormir

Um sono grosso, penso, doente

Que exclui de mim qualquer sentir

A umidade, o calor faz o corpo indolente

De quem a alma angustiada só quer fugir

Pra seguir as águas e seu cair insistente

Diluir-se, boiar na escuridão e sumir

Meu corpo embotado oculta mágoas

Urdidas no dia e ressurgidas na noite

Como um redemoinho de ânsias a fluir

Do sono curto, profundo a alma volta sem nada

Junta-se ao corpo serenado do falso repouso

Que o ardor dos olhos está sempre a desmentir!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 16/03/2013
Reeditado em 01/09/2017
Código do texto: T4191436
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