ESTRESSE E SONO
A chuva cai na noite inflamada
Entorpece-me, me faz dormir
Um sono grosso, penso, doente
Que exclui de mim qualquer sentir
A umidade, o calor faz o corpo indolente
De quem a alma angustiada só quer fugir
Pra seguir as águas e seu cair insistente
Diluir-se, boiar na escuridão e sumir
Meu corpo embotado oculta mágoas
Urdidas no dia e ressurgidas na noite
Como um redemoinho de ânsias a fluir
Do sono curto, profundo a alma volta sem nada
Junta-se ao corpo serenado do falso repouso
Que o ardor dos olhos está sempre a desmentir!