FIM
Olhei fundo entre lágrimas sentidas,
Teus olhos tão distantes, dispersados,
E vi na tua alma, eu vi, perdida,
A via em que eu andava ao teu lado...
As mãos dos teus carinhos, duas vidas,
Cruzadas em silêncios, arraigadas,
Agora são quais pedras esquecidas,
Quais lápides de mó, abandonadas...
E tudo em ti não canta mais pra mim;
Eu sei, decerto, tudo é todo o fim,
Que abre as suas asas indo embora...
Olhando a paisagem vejo o escuro;
Não sinto qualquer dia em mim futuro;
Quisera eu morresse nesta aurora!
Arão Filho
São Luís-Ma, 15.03.2013