SONETO À CRIS
Acho mais formoso o cacho que o liso
E o riso, tão singelo quanto belo,
Afaga minha alma, cria um elo,
Abranda minha ira, leva o siso.
Quisera ter poder de recusar
Serviço, mas o viço, estampado
Na íris, seduz; deixa em estado
De luz, quem a deveria denegar.
Às vezes, penso no tempo em que passo
Sem vê-la. Porém, pela correnteza,
Creio, haverá sempre um meio, um laço,
Um ardil, próprio ou vil, dando a certeza
Ao poeta de gentileza e traço
Pueril o sorriso pela beleza.