SONETO À CRIS

Acho mais formoso o cacho que o liso

E o riso, tão singelo quanto belo,

Afaga minha alma, cria um elo,

Abranda minha ira, leva o siso.

Quisera ter poder de recusar

Serviço, mas o viço, estampado

Na íris, seduz; deixa em estado

De luz, quem a deveria denegar.

Às vezes, penso no tempo em que passo

Sem vê-la. Porém, pela correnteza,

Creio, haverá sempre um meio, um laço,

Um ardil, próprio ou vil, dando a certeza

Ao poeta de gentileza e traço

Pueril o sorriso pela beleza.

Edson Rossatto
Enviado por Edson Rossatto em 19/03/2007
Reeditado em 15/05/2011
Código do texto: T418437
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