_A ÚLTIMA FOLHA_

Dos secos galhos da árvore da ilusão

A última folha, lenta, se desprendia

Assim se incorporando ao pó do chão

Conformada, a seu destino se rendia

Outrora ao vento cantava uma canção

Junto a outras, farfalhava de alegria

Emudeceu-lhe a voz, calou o coração

Que, tolo, na impossibilidade não cria

Inutilmente, sobre ela cai fria neblina

Ofertando-lhe ainda um último frescor

Vão, pois ela adormecendo, mal sente

Jamais flor, aprazia-lhe discreta sina

Agita-se ainda em derradeiro estertor

Missão finda, apaga-se suavemente...

____________________________________________

Bela interação de ÁDRIA COMPARINI, em versos encantados, a lembrar o renascer da Natureza, presença constante em seu fazer poético:

FLORAÇÃO

Embrenhadas na estrada vicinal

Vamos alegrers inalando o frescor

Dos bosques serenos, todo o olor...

Sentindo a vida latente e matinal

Nestes dias tão ensolarados

As árvores se aprontam faceiras

Cobrem-se de folhas inteiras

Como a se enfeitar para o namorado

Voltam com força as paineiras

Imponentes, e cheias de espinhos

Nas lindas matas brasileiras

E eu agradeço por estes caminhos

Por estar sempre firme e inteira

A Natureza é de Deus um carinho!

_________________________________________