_A ÚLTIMA FOLHA_
Dos secos galhos da árvore da ilusão
A última folha, lenta, se desprendia
Assim se incorporando ao pó do chão
Conformada, a seu destino se rendia
Outrora ao vento cantava uma canção
Junto a outras, farfalhava de alegria
Emudeceu-lhe a voz, calou o coração
Que, tolo, na impossibilidade não cria
Inutilmente, sobre ela cai fria neblina
Ofertando-lhe ainda um último frescor
Vão, pois ela adormecendo, mal sente
Jamais flor, aprazia-lhe discreta sina
Agita-se ainda em derradeiro estertor
Missão finda, apaga-se suavemente...
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Bela interação de ÁDRIA COMPARINI, em versos encantados, a lembrar o renascer da Natureza, presença constante em seu fazer poético:
FLORAÇÃO
Embrenhadas na estrada vicinal
Vamos alegrers inalando o frescor
Dos bosques serenos, todo o olor...
Sentindo a vida latente e matinal
Nestes dias tão ensolarados
As árvores se aprontam faceiras
Cobrem-se de folhas inteiras
Como a se enfeitar para o namorado
Voltam com força as paineiras
Imponentes, e cheias de espinhos
Nas lindas matas brasileiras
E eu agradeço por estes caminhos
Por estar sempre firme e inteira
A Natureza é de Deus um carinho!
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