Soneto do amanhã
Com meus ontens e hoje teço meu amanhã
Se o viverei... bem, não sei! O que importa?
Meus dias correm lentos como pressa anciã
A cobrar certezas vãs em minha porta
E eu que plantei afetos e alegrias por certo
E lancei no chão o precioso perdão dourado
Semeei também desamores infectos
E teci não-poemas em textos amargos
Que quadro me esperaria amanhã?
Alentos, dores, inércia, euforia?
Que o amanhã por si só se faça!
Mas o amanhã que amanhã será
É mesmo construído na véspera
Sem o que amanhã amanhã não há