SEMEA(DOR)...
Vou colhendo a tristeza que plantei outro dia,
Insumos em usos que se reciclam no peito,
Renovando esta flora de uma fauna esquecida,
Transportando a carga de dores do meu esmo.
Transformando a paisagem, relva entristecida,
Mas continuo a regar e rever em árduo plantio,
O cheiro saudade do bailar da solidão crescida,
Junto a um rio de lágrimas que corre tardio.
Nas manhãs mais quentes ou noites frias,
Sulcos em covas que cavo sem esperança,
Posto que brote apenas as flores sombrias,
Saudade, solidão, de lá teu nome se lança,
E eu a observar da varanda, tola e vã idolatria,
Do pulsar deste trabalho coração não se cansa.