Samba de versos incoerentes


A vida, ela é triste, me maltrata, me machuca,
Desse meu olhar frio, de um perceber contrário,
Como escapar deste alçapão, desta arapuca?
Se minhas penas, não são penas de um canário!

Entre um gole e outro, que refresca a cuca,
É a felicidade que resta nesta vida de operário,
Sem grana, no sufoco, sem saída pra essa uruca,
Vou multiplicando do jeito que dá o macho salário!

Dizem que no meu céu agonizam estrelas inocentes,
Dele sumiram as aves de dia, viraram almas penadas,
Buscam como eu a fartura, batem em alheias portas,

Para ouvir este canto, este samba de versos incoerentes,
Onde disfarço a alegria, em meio às suaves batucadas,
Que faz bailar gostoso tantas e tantas pernas tortas!



Geraldo Mattozo
Enviado por Geraldo Mattozo em 09/03/2013
Código do texto: T4179525
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