Certos pavões escondem de todos os olhos a sua cauda, chamando a isso o seu orgulho. (Nietzche)

Pavonice filosófica

Exibe o teu talento sem receio,
ainda que te julguem afetado,
assim hás de abrir o cadeado,
que fecha o coração detrás do seio.

O homem, um pavão mal disfarçado,
vive a baixar a cauda com receio
de que seu coração, num corpo alheio,
consiga amar bem mais e ser amado.

A cauda do pavão, meu camarada,
é como uma noite esfumaçada,
depois de um sol luzente de verão:

esconde os fulgores naturais
da lua e do sol, e tudo mais...
que preencha os anseios da visão.

A beleza da cauda, meu rapaz,
revela a  essência do pavão.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 09/03/2013
Reeditado em 07/06/2020
Código do texto: T4179212
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