NICTOFILIA
São os prantos em meus olhos negros
Tão sensíveis ao amanhecer
A luz, tão nívea, me fez ver
Quão triste é esse meu mundo ermo.
E é tão tétrico o meu querer.
Vazio é o reflexo no espelho
Apago a luz, sinto-me inteiro
Só as trevas me podem preencher.
Ai! Corro eu da alva luz do dia
Pois nela vejo a mi’a agonia
E dela recebo rancor.
Ah! ‘stou nessa fengofobia
E embalada pelo negror
Descubro essa negra’lma mia.