Carrossel
Escorre-me à fronte, um ar febril
Mórbido desejo por autodestruição
Sorrisos falsos que não perduram
Despedaçam-se como flores de plástico
Escura nuvem que paira sobre mim
Com olhos langues de desalento
Não me lembro de dias venturosos
Podridão, esta, cuja, fui atirado
Manhãs de outrora, em que acordei
Sob brados que ainda me assombram
Fantasmas de uma infância insana
O que fora um dia, será para sempre
Ès meu carrossel que gira sem parar
Semente plantada no vendaval.