Mulher
Edir Pina de Barros
 
Eu sou mulher! Meu corpo é templo e casa,
recebo-te no colo, entre meus seios,
eu mato teus desejos, teus anseios
e deixo o corpo teu queimando em brasa;
 
a vida em mim transborda, se extravasa,
liberta de grilhões, de cangas, freios,
fincando, em minha carne, bons esteios,
depressa viça e ganha incrível asa.
 
No atávico prazer meu corpo berra,
vibrando mais que guizos de serpentes,
cantando belo canto de sereias.
 
Sou útero, sou ventre, sou mãe-terra,
recebo, em minhas lavras, as sementes
da vida, que caminha em minhas veias.
 
Brasília, 8 de Março de 2013.
Livro: Sonetos Diversos, pg. 102
(tela: Javier Arizabalo)

 

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 08/03/2013
Reeditado em 09/03/2022
Código do texto: T4177751
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