Céu poente
— Ofuscáveis bons arcanos em nobre ente?
Arfando do segredo, olência em palmas.
— Deleitáveis tons insanos, à calma silente?
Naquele fero assuntar, das vozes d'alma.
– Nas juras; — ateáveis brasa nas trevas?
- Ah! lume preciso, pobre que sente!
Há cura inefável na asa que levas!...
No desnobre pensar, tirano e olente.
No perfume, queimor terno e frágua.
Imperas no jazer das ternas águas;
Neste orbe finório, afável e quente!...
Em abundância, o mel ... pairou no lábio.
Viajei sob o véu, como um rei sábio;
Ah! notória fragrância, ah! Céu poente!...
(Airton Ventania)