Céu poente

— Ofuscáveis bons arcanos em nobre ente?

Arfando do segredo, olência em palmas.

— Deleitáveis tons insanos, à calma silente?

Naquele fero assuntar, das vozes d'alma.

– Nas juras; — ateáveis brasa nas trevas?

- Ah! lume preciso, pobre que sente!

Há cura inefável na asa que levas!...

No desnobre pensar, tirano e olente.

No perfume, queimor terno e frágua.

Imperas no jazer das ternas águas;

Neste orbe finório, afável e quente!...

Em abundância, o mel ... pairou no lábio.

Viajei sob o véu, como um rei sábio;

Ah! notória fragrância, ah! Céu poente!...

(Airton Ventania)

Airton Ventania
Enviado por Airton Ventania em 07/03/2013
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