O amor e os poetas do cotidiano
Pensei que o amor fosse como os ventos vespertinos
das campinas, que nos esfriam sem maltratar
que fosse valente e protetor como o fogo equilibrado
que nos aquece na madrugada fria de inverno sem chuva
Pensei ainda que fosse magnífico como aquele azul
que a gente só vislumbra do avião a 37 mil pés
que fosse doce e gostoso como o sapoti que aprendi
a saborear ano passado e cuja doçura não enjoa
Todavia tive de aprender que há amor e amor
pois nossos sentidos e emoções são tão fluidos
quanto fluida é a percepção sobre amor entre
os poetas do cotidiano, i.e., qualquer pessoa
que olha para a vida como o menino do mato
olha pra cidade grande: com medo e esperança