Soneto à seca

No deserto macabro o vento passa

Arrastando uma folha sobre o chão

O urubu como tosco espertalhão

Toma conta do resto da carcaça

O cachorro faminto busca a Caça

Que outrora existiu nesse rincão

Onde o monstro cruel da solidão

Espalhara o remorso da desgraça

Sobre o solo despenca a pobre rês

O vaqueiro comenta a rapidez

Da fome bombástica que devora

Vendo o campo bastante desolado

O caboclo roceiro vende o gado

Se despede da terra e vai embora

Soneto de autoria do poeta e ex-repentista russano Antonio Agostinho, hoje homem dedicado às letras.

Agamenon violeiro
Enviado por Agamenon violeiro em 04/03/2013
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