Duetando.

Nevando dentro da alma do poeta

Hibernações da vida onde indistinta

A sorte na verdade não se pinta

E nada do que possa se completa

A sorte desdenhosa, predileta

Ousando com certeza quando extinta

A sordidez travessa e dita a finta,

Tentando adivinhar o que repleta,

Macabra cena eu vejo refletindo

O quanto já julgara outrora findo

E sinto ressurgir num tom atroz,

Mergulho nos abismos costumeiros

E sei dos meus anseios sem luzeiros,

Lamento o que será, então, de nós.

Marcos loures

Os nós que eu desato me amarram,

Escarram nos desgostos que vomito,

Fico aflito, minhas portas se fecharam,

Ecoaram em meus abismos tantos gritos.

Esquisitos dias me desamparam

Me obrigaram a derramar o vinho tinto

E sinto que, nas cruzes que armaram,

Me condenaram a momentos indistintos.

Instinto ao verso já não faz diferença

Minha sentença é escrever o que não digo

E até me ligo nos fervores de tua crença.

Dê licença pra eu dizer: somos amigos.

Navego a poesia feito um prático!

Fantástico é correr Céus... Ser lunático!

JRPalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 03/03/2013
Reeditado em 01/09/2013
Código do texto: T4168962
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