Duetando.
Nevando dentro da alma do poeta
Hibernações da vida onde indistinta
A sorte na verdade não se pinta
E nada do que possa se completa
A sorte desdenhosa, predileta
Ousando com certeza quando extinta
A sordidez travessa e dita a finta,
Tentando adivinhar o que repleta,
Macabra cena eu vejo refletindo
O quanto já julgara outrora findo
E sinto ressurgir num tom atroz,
Mergulho nos abismos costumeiros
E sei dos meus anseios sem luzeiros,
Lamento o que será, então, de nós.
Marcos loures
Os nós que eu desato me amarram,
Escarram nos desgostos que vomito,
Fico aflito, minhas portas se fecharam,
Ecoaram em meus abismos tantos gritos.
Esquisitos dias me desamparam
Me obrigaram a derramar o vinho tinto
E sinto que, nas cruzes que armaram,
Me condenaram a momentos indistintos.
Instinto ao verso já não faz diferença
Minha sentença é escrever o que não digo
E até me ligo nos fervores de tua crença.
Dê licença pra eu dizer: somos amigos.
Navego a poesia feito um prático!
Fantástico é correr Céus... Ser lunático!
JRPalácio