O Velho Vizinho
Quisera eu fugir da morte ingrata,
Aquela que nasceu de um crime ufano,
Destrói as esperanças de um humano,
E aos dotes dessa vida desbarata.
O jovem de uma mente tão sensata,
Mudou seu pensamento de ano em ano,
O senso transformou-se em desengano,
E o resto que sobrou ainda mata.
No espelho que revela a languidez
O vejo às vezes triste ao ver sua tez.
Oh! Pobre coração do meu vizinho.
À noite, como sombra da aflição,
Consigo ouvir, de longe, sua oração:
“Oh Deus não me abandone! Estou sozinho”.