Soneto para a luz de uma fada
Quando a noite da saudade chega e cobre
O horizonte de minh’alma enamorada
Parto afoito procurando a linda fada
Que faísca feito veio de ouro nobre.
Caço a luz de um pirilampo. Transtornado,
Sigo o brilho de um cometa sob o céu
Ganho a negra madrugada, vago ao léu.
Sem lograr achar o rosto iluminado.
Pois, és tu essa entidade reluzente
Que, aflito, penso ver no fosco lume
De uma estrela desbotada e decadente?
Eu não creio! Já que fada benfazeja
Tem na Luz mais do que luz, tem bom perfume
Que meu coração de cão do amor fareja.