Bela (Para Bellah)
Assim que teu versejar sagaz entorpeceu-me os sentidos
Lançando-me nas mais indecifráveis projeções
Compreendi a eternidade de segundos retidos
Nas mais imperceptíveis e reles distrações
Do lado de cá do vidro, cada pingo de chuva
É um traço de vida cristalizado que escorre
Como o vinho que faz sangrar toda a uva
O campo das vibrações teu encéfalo explore!
E nunca falte de tua boca a palavra certa
De tuas mãos o encantado traço da descoberta
Que almeja o poeta ao poetar!
E esses teus mergulhos em essências bem-vindouras
Como quem observa a imensidão debruçada à janela
Faz tal qual teu nome, também sua arte bela!
NOTA: Soneto dedicado a poetisa Bellah, que faz um trabalho artístico impecável em sua escrivaninha.