ABANDONO..
Outonos são tristes, são serenos;
Em coro, choram as árvores sem flores;
As folhas se despendem com acenos,
Penosas, num adeus cheio de dores!...
Tapiz de folhas secas, o terreno;
Lençol feito em retalhos, rubras cores;
Um mar de folhas mortas tão pequeno;
Cobrindo os meus olhares com dulçores!...
Eu vejo entristecido da janela,
Aquela quaresmeira desfolhada,
Soprada pelo vento deste outono...
As cores naturais d’uma aquarela,
Tingindo toda a praça n’alvorada,
Parece com minh’alma em abandono...
Arão Filho
São Luís-Ma, 28.02.2013.