Eu Sei, Senhor, Que Não Mereço Nada

Eu sei, Senhor, que não mereço nada

mas ponho em tuas mãos humildemente

meu coração que sofre. E, resignada,

minh’alma guarda, confiante e crente.

Quando eu chegar ao termo da jornada

em que a Morte, emboscada, espera a gente,

tem pena de minh’alma amargurada,

vê que eu também sou filho – e sê clemente.

Perdoa-me, meu Deus, se eu sou culpado,

se tanto crime fiz, tanto pecado,

que hoje choro contrito, - e dá, Senhor,

que no coro glorioso, que te exalta,

no céu profundo, não se sinta a falta

de minha voz cantando o teu louvor.

(Medeiros e Albuquerque, 1867 - 1934)

Américo Paz
Enviado por Américo Paz em 28/02/2013
Código do texto: T4164713
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