FIM DE EXPEDIENTE
bem, cheguei em casa sem inspiração
meu cérebro cansado do trabalho
calvário eterno de onde tiro o pão
também o vinho e as cartas de baralho
bem, cheguei em casa arfando como um cão
sem qualidade nas letras que espalho
mas prometi que nunca direi não
e eu verso risco, mesmo no atrapalho
nada de especial houve no meu dia
as pessoas reclamando desta vida
ninguém percebe que existe poesia
chefes e puxa-sacos no expediente
enquanto eu, na nau da mente perdida
sentindo enorme pena desta gente