AGORA

Agora, nas minhas mãos, é o teu cheiro.
É o que colhi do teu corpo entregue
às minhas mãos. Ainda que eu negue,
passaria minha vida nele por inteiro.

Agora, no meu corpo é tua lembrança
de pele, teu sussurro, a confissão.
Dois corações feito criança
dizendo sim e o medo dizendo não.

Agora, na minha alma, é tua perda.
O amor à direita, a tristeza à esquerda.
A verdade se impondo isenta.

Viverei sem ti tardes tristes,
visitarei noites em que não existes.
Serei eu antes, bem antes dos sessenta.
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 27/02/2013
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