Triste tarde
Debruçado nos trapos da janela
Eu chorava também ali sentindo
Com o vento abalando o tamarindo
Que ficara a servir de sentinela
A nossa casa não era mais aquela
Um outro lar estava ali surgindo
O cabide de pau se demolindo
Uma porta quebrada sem tramela
Numa tarde quentíssima de agosto
Eu sentia o vínculo do desgosto
Devastando minh`alma combalida
No terreiro da casa em que morei
Cabisbaixo também ali chorei
Vendo a foto fiel de mãe querida.
Soneto de autoria do poeta e ex-repentista russano Antonio agostinho, hoje homem dedicado às letras.