Triste tarde

Debruçado nos trapos da janela

Eu chorava também ali sentindo

Com o vento abalando o tamarindo

Que ficara a servir de sentinela

A nossa casa não era mais aquela

Um outro lar estava ali surgindo

O cabide de pau se demolindo

Uma porta quebrada sem tramela

Numa tarde quentíssima de agosto

Eu sentia o vínculo do desgosto

Devastando minh`alma combalida

No terreiro da casa em que morei

Cabisbaixo também ali chorei

Vendo a foto fiel de mãe querida.

Soneto de autoria do poeta e ex-repentista russano Antonio agostinho, hoje homem dedicado às letras.

Agamenon violeiro
Enviado por Agamenon violeiro em 27/02/2013
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