IMAGENS DO ESCURO
O escuro mexe criando u´a imagem
Vejo-o e toco-o de tão denso,
De tão denso escuro, de tão imenso,
Que parecia funesta folhagem.
Na floresta a solidão, uma miragem,
Mas tangível e dói se nela penso,
Toco o seu vazio sem coragem,
Nesse breu que no tempo venço.
Não sei se venço ou se ele me vence,
Se no fim o amargo é que me convence,
Que o melhor é deixar-se levar.
E continuo vendo no escuro
Mexendo imagens vãs do meu futuro,
Vendo-as onde irão se quebrar.
(YEHORAM)