DESOLAÇÃO
DESOLAÇÃO
Joyce Sameitat
Tenho ar de horizontes da terra se afastando;
Nem sequer conto com ponto de referência...
Sou só prédios, não há montanhas passando;
Tudo me parece apenas uma circunferência...
Longinquo me é até qualquer barulho de mar;
Que não sei se está liso ou então encapelando...
Meu coração num rompante tenta até o abraçar;
Mas ele só corre... Sempre se movimentando...
Nesta sede e anseio pela natureza perdida;
Me derreto em dores que não consigo chorar...
Procuro pelas matas que vi em minha vida;
Sobrou muito pouco... Sofrem de extinção...
Só posso vê-las no reflexo do meu olhar;
Até que se fechem para esta desolação...
SP - 25/02/13