De mim para um túmulo
Solitário eu parei um certo dia
Num túmulo que estava abandonado
Ouvindo ao voz nefasta de um finado
Que na campa fúnebre já dormia
A voz afônica gemendo me dizia:
"Você amigo está um pouco definhado"
Ouvindo isto eu fiquei desmoronado
Como um ente tristonho que morria
A voz afônica fazia um escarcel
Estremecendo no grande mausoléu
Assombrei-me com aquela voz nefasta
Fiz um discurso diante aquele túmulo
Dizendo amigo você é o acúmulo
Que conserva a glória dessa casta
Soneto de autoria do poeta e ex-repentista russano Antonio agostinho, hoje homem dedicado às letras.