Afagos no jardim
Há muito, eu desejo-te, na cama!...
Que anela o ensejo dos teus lírios!...
Roçando teus seios nesta flama...
Desprovida das vestes, no delírio!...
Penso ofegante: Ó rosa; – que ama!...
— Que traz no véu, formoso colírio?!...
Bebo-te delirante ... sobre a chama!...
Neste céu, airoso, sem martírio!...
Beijo-te a pele, - Ó vida!... — quem reclama?
Beijo de novo... - Ah... a tez proclama...
Se afeiçoa despida no meu leito!
Beijo teu corpo nobre que clama!...
Que arfa, e, se rende nesta trama...
— Oh Jardim de afagos e proveitos!--
(Airton Ventania)